quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Copo d'água




Hidrate-se. Porque não há como evitar. Lágrimas sempre vão rolar.
Vamos nos emocionar, vamos nos encantar, nos decepcionar, vamos passar pela dor e pelo contentamento, vamos ganhar e vamos perder.
Vamos calar, engasgados com aquele nó apertado na garganta e uma enorme vontade de desabar num longo choro doído, gostoso, copioso e abundante.
É o choro libertador.

Choraremos na chegada e na partida, no nascimento e na morte. No início e no final. Choraremos.

Mantenha-se calmo. Chorar faz bem, dissipa as nuvens dos nossos dias recobertos pela melancolia das aflições e libera nossos sentimentos mais intensos e tocantes.
Chorar é nobre. Chorar é para meninos e meninas.
Chorar é mostrar coragem de se desnudar psicológica e emocionalmente, seja pelo amor ou pelo raiva, seja pela vitória ou pelo fracasso.
Chorar não dói. Choramos porque doeu. Da mesma forma que chorar não traz felicidade, choramos por estarmos em estado de graça, felizes, radiantes e iluminados.

Vamos chorar nossos companheiros, filhos, pais e amigos. Na maioria da vezes serão lágrimas de felicidade e compartilhamento de prazeres, sucesso e alegrias. Entretanto, existirão situações que nos farão chorar o choro do pesar, a lágrima do sofrimento e da dor.

Choraremos.
Choraremos sozinhos, juntos, perante outros, mudos ou aos gritos. Choraremos muito ou pouco. Choraremos entre gargalhadas sonoras ou murmurando palavras tímidas que só nós compreendemos.
Melhor começar a aprender a não prender o choro, melhor entender que a lágrima da alegria não carrega em si a ruga do amanhã, melhor chorar com alguém do que por alguém.

Meu copo d'água, por favor!





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