quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

IN-QUIETUDES


Desde menina, escrevo quando o “bicho pega”. Mas, logo depois, rasgo, queimo, jogo fora.Agora, decidi dividir minhas anotações com o mundo. Não me importando se o mundo vai lê-las ou não. Como este espaço é público, acredito que alguns amigos, conhecidos e meus poucos inimigos lerão minhas estórias.
Devo adverti-los, entretanto, que são apenas desabafos, para manter-me atenta à vida e ao mundo. Nada de especial ou muito relevante. Porém, espero poder distrair àqueles que tiverem a paciência de ler.

Poderia falar sozinha, pintar, dançar, cantar ou até mesmo representar, mas resolvi escrever.
Colocar para fora as palavras que sobram na minha cabeça.
Escrever é a minha forma de estar viva, de não morrer, de não me entregar.

Resistirei.

Sobreviverei.

Por 23 anos, fui filha e procurei fazê-lo com amor, dedicação, tentando deixar meus pais sempre felizes e orgulhosos de mim.
Em alguns momentos, fiz o possível para parecer invisível, a fim de evitar levar problemas para meus amadinhos. Eles já tinham os deles.
Acredito ter desempenhado com ternura e elegância tal tarefa.

Certo dia conheci minha alma gêmea. Uma pessoa que só me trouxe alegrias, prazeres e é o co-autor da minha mais linda e prima obra. Minha filha.
Então, nos últimos 22 anos, tenho-me ocupado, com muito amor e carinho, da maior e melhor tarefa que um ser humano pode ter o prazer e alegria de ocupar-se. Sou mãe!

Os anos têm sido grandes amigos e bastante complacentes. Meus pais estão uns senhores muito fofos. Entraram na terceira idade com dignidade e MUITA saúde. Eu e minha alma gêmea estamos envelhecendo sem temores. Muito pelo contrário, damos gargalhadas de cada cabelo branco que aparece. Estamos curtindo.

E minha filha. Ah... minha filha é linda. Um rosto esculpido à mão e amor, uma gargalhada gostosa. Grande pessoa.Caráter irretocável . Cresceu!
Tarefa cumprida!

A vida nos pregou uma pequena pecinha. Estamos separadas, de corpos, por mais ou menos 12 horas de avião! Que peça, hein?

Separadas de corpos, porque de coração, cabeça e espírito, estamos muito mais juntas do que nunca. Unidas além da eternidade.

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