quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

EGO

Memórias, lembranças, experiências, recordações, reminiscências, seja lá o nome que você queria dar. Hoje é dia de falar de momentos que impregnaram cada uma das suas moléculas, seu DNA.


Sentamos , à uma mesa de um bar cheia ou vazia, num sofá confortável cercados de amigos e/ou familiares e damos início a uma conversa que, na verdade, só interessa a nós mesmos.
Às vezes, por falta da audiência mencionada, sentamo-nos “numa mesa de bar”, rodeados de cervejas e pessoas que mal conhecemos e pressionamos a tecla de rewind de nossas vidas.


Inicia-se aí um contar de histórias, uma espécie de série de contos privados que temos a necessidade de dividir. Verdadeiros, mentirosos, aumentados ou diminuidos, tudo vai depender da imagem que queremos passar, do retrato que desejamos deixar colado no álbum dos nossos ouvintes e da máscara estamos usando neste instante.


Fatos, acontecimentos, casos, enfim momentos que fizeram nossa história a cada dia vivido. Coisas pequenas ou grandes, boas ou ruins, relevantes ou não. Arquivados por situações, circunstâncias e
condições de como vieram ao nosso encontro. Também as pessoas que passam por nossas vidas têm um cantinho notável no nosso acervo sentimental. Estão catalogadas, arquivadas por ações e atitudes. Existem as que deixaram cicatrizes, vestígios de feridas já curadas e aquelas que nos marcaram pela bondade, abdicação e pureza no coração. Todas, todas sem exceção, com certeza, têm um espaço reservado no nosso inventário pessoal e nem tão secreto.


São normalmente textos sem testemunhas, onde as pessoas que poderiam atestar como verdadeiros, não estão presentes no momento e, como temos memória curta, nossos ouvintes jamais irão verificar a veracidade destes capítulos. Por vezes, nem se pode chamar a juízo para autenticidade algumas pessoas, porque já não caminham nessa dimensão.


Mas na verdade não importa, porque damos mesmo muito pouca importância ao que é falado. Estamos sempre esperando nossa vez de falar. Para abrirmos nosso baú , vomitando desejos realizados ou não, despejando traumas, lamentando nossas dores, mágoas, derrotas, sofrimentos, sempre maiores que do outro, chorando desamores, cantando nossos amores, alegrias, prazeres, contentamentos, vitórias e vantagens.


Entretanto, mesmo sem a audiência estar, verdadeiramente, “ligada” no nosso sarau histórico pessoal, é sempre muito bom ter uma história de vida. Além disso, enquanto contamos estamos cercados de pessoas e este estar cercado nos faz humanos e naquele momento, somos o pretenso centro de todas as atenções. Ego massageado

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